Ao longo da minha militância atuei como Secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, na primeira vitória do PT na capital de São Paulo; fui vereador na capital paulista, exerço o mandato de deputado federal pelo PT de São Paulo e sou Secretário-Geral do PT. Acima de tudo, sou um militante do PT.
Temos uma grande tarefa pela frente: eleger nossa companheira Dilma presidente da República! Nós entendemos essa tarefa interligada à eleição de uma grande bancada parlamentar, à renovação e ampliação da eleição dos nossos governadores e governadoras de estados, à construção de uma política de alianças nucleada pelas forças de esquerda, à mobilização dos movimentos sociais. Sobretudo, entendemos que essa grande missão só acontecerá se estivermos estreitamente ligados às esperanças do povo brasileiro. Nosso presidente Lula representa esse projeto e temos certeza que está junto conosco, democraticamente, participando desse grande projeto chamado PT, chamado Brasil, chamado socialismo.
Defendo uma revolução democrática em nosso país. Nosso primeiro governo e nosso segundo governo, com o companheiro Lula à frente, realizam essa grande transformação brasileira: desenvolvimento, democracia, construção de uma nova ordem internacional, distribuição de renda, de propriedade, de cultura e de poder, luta pela sustentabilidade ambiental, direitos às mulheres, negros, liberdade de orientação sexual, reconhecimentos dos direitos das comunidades indígenas, espaço e liberdade para a juventude, respeito e solidariedade entre gerações. Sabemos que é preciso avançar mais: - na democracia, com a reforma política, com democracia participativa e participação dos movimentos sociais; - na luta pela igualdade, por uma nação justa, no caminho do socialismo e em solidariedade com os povos sofridos do mundo, em especial nossos irmãos e irmãs latinoamericanos. Utopia? Como disse Galeano, a UTOPIA serve para caminhar sem perder o rumo!
Cabe ao presidente do PT construir, junto com a direção nacional, um papel programático para o nosso partido. O papel de construir diálogos e direção para as grandes disputas que transcorrem no país e no governo a partir de posições bem definidas. Ao PT cabe construir-se para dirigir suas conquistas institucionais e influir politicamente nos grandes temas nacionais, junto com as lutas sociais e os grandes movimentos democráticos da sociedade brasileira. Cabe discutir e construir posições com nossos companheiros no governo e nos movimentos sociais, com autonomia e com posições claras.
Nossa bancada parlamentar precisa dessa referência construtiva, de diálogo e de atuação conjunta com a direção. Nosso grande eleitorado precisa perceber uma atuação coerente dos nossos parlamentares. Precisamos de um forte bloco parlamentar de esquerda e de alianças que sustentem efetivamente nosso governo. Nossa atuação parlamentar deve estar em sintonia com a opinião pública democrática e com os interesses sociais que representamos! Nossa governabilidade deve comportar uma atuação coerente e digna do PT no parlamento e frente a nação.
Uma nova relação com os movimentos sociais é fundamental. É preciso enraizar o partido nos movimentos e dialogar com suas direções. E para isto é necessário que o partido erga bem alto a bandeira dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Uma nova relação com a juventude é fundamental. A vitalidade de um partido pode ser medida pela força de sua juventude. E um partido jovem tem tudo a ver com o reencantamento com a política e o resgate da utopia socialista.
Não há socialismo sem feminismo. Nosso compromisso com a luta das mulheres deve ser assumido como convicção e prática cotidiana. A luta pela igualdade em todas as dimensões exige o combate ao racismo. O enfrentamento das opressões diversas, a conquista da liberdade de opção sexual, integra nossa concepção de socialismo e democracia.
Aprendi com Perseu Abramo os valores da ética, da democracia e do socialismo. Entendo que essas três palavras fazem todo sentido para o PT. Lembro que ao lado do companheiro Patrus Ananias, defendi e foi aprovado por consenso pelo 3º Congresso, a necessidade de um código de ética do PT. Agora, com a aprovação pelo Diretório Nacional, ele é um instrumento de defesa do nosso partido e de afirmação de uma bandeira histórica do PT. A direita brasileira, ciosa dos seus privilégios e sempre corrupta, arvorou-se em defensora de uma ética que nunca defendeu e, muito menos, praticou. Essa bandeira é nossa e está na nossa origem. A direita não vencerá! É papel do novo presidente do PT assumir o compromisso ético do Partido dos Trabalhadores.
Frente a tantas tarefas, precisamos um partido organizado, democrático, consciente, com posições definidas sobre as principais questões em disputa na luta política nacional. É preciso reconstruir nossos laços com a imensa base de filiados, revalorizar a militância. Sem clientelismos, sem controles. Com democracia, formação política plural, participação em núcleos.
Nosso partido tem uma história ligada com as grandes lutas do povo brasileiro. Peço seu apoio para ser o presidente do PT que faça jus a essa grande história.
José Eduardo Cardozo
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